segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

QUAL O FUTURO DA ECONOMIA EM NOSSO PLANETA??



   Um dos pontos mais desafiadores no mundo atual é conseguir entender o caminho que estamos percorrendo com esta economia globalizada e qual os próximos passos que poderemos vir a ter de enfrentar.

   Penso que não haja uma orientação de para onde a nossa sociedade se encaminha. 

   Podem reparar que não conseguimos afirmar as consequências para cada ação que ocorre em nossas sociedades com extrema precisão. Se o crescimento do país diminui, dizemos que a inflação irá subir e, por consequência, a taxa de juros vai subir para fazer com que as famílias se endividem menos. Dessa maneira a inflação passa a ser contida.

   Tá, mas e aí? Qual a probabilidade da porcentagem de subida de juros caso a inflação atinja um valor determinado? 

   Por exemplo: se o país sofrer uma recessão de 5%, posso afirmar que os juros vão chegar nos 10%? E que esta subida de juros impactará as compras da população em 15%? E que tudo isso causa uma estagnação de 2 anos na economia e no crescimento do país? E que esta estagnação vai impactar a política e as tomadas de decisões da população?

   Eu quero um algo a mais. Quero saber os rumos que nossa sociedade (São Paulo-Perth / Brasil-Austrália / América do Sul-Oceania / Planeta Terra) está tomando. Quero entender o futuro que nos espera para que possamos nos planejar, nos precaver.



   
   E infelizmente não encontro respostas, muito pelo contrário; para cada vasculhada, a sensação é de que estou chegando à lugar nenhum, que estou perdido. Mais perguntas rondam minha mente e me levam ao distanciamento do entendimento.

   Não consigo enxergar que a economia seja sustentável. Ela não me passa a segurança de que há uma cadência nos acontecimentos e que a cada período ela evolui para algo maior. Ela não me passa a convicção de que estamos em um caminho confortável e que os percalços que encontramos até o momento são passageiros.
  
   A sensação que tenho é que os percalços são focos de incêndio que por enquanto temos conseguido estancar. Mas ainda acredito que haverá uma grande explosão que não terá como parar.



   Tivemos um aperitivo no ano de 2008. "Nunca antes na história de nenhum país" houve uma quebradeira tão louca como aquela! Empresas de hipotecas, seguradoras, financeiras e por fim o Bear Stearns. Grande banco, forte, impactante na economia americana. Tudo virou pó!

   Hoje 2017 temos a crise Chinesa e o Trump assumindo o poder no EUA. Brasil uma zona política com inúmeras teorias da conspiração. Austrália andando em marcha lenta esperando algo no mundo se modificar.



   Será que corremos novos riscos? Ou estas recessões/ depressões são partes do caminho glorioso que nos espera no futuro? Só o tempo poderá nos dizer. Enquanto esperamos, este que vos tecla continuará dando seus pitacos.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

WHY DICK SMITH COLLAPSED



   Em Março de 2015, Jamie Tomlinson recebeu um e-mail do presidente da Dick Smith, Rob Murray, pedindo para ele integrar o corpo diretivo da gigante de eletrônicos.

   "Você encontrará os clássicos desafios de uma loja de varejo tentando estender os prazos de pagamentos junto aos fornecedores e alavancar as vendas." Murray disse para Tomlinson na época.

    9 meses depois a Dick Smith entrou em colapso deixando os credores com uma dívida de $ 260 milhões, vencimentos cujo prazo era menor do que um ano.
   


   A hora que a falcatrua vem à tona as pessoas tendem a empurrar a culpa na pessoa do lado (e isso não é só no Brasil que acontece!  :-o )...

   Tomlinson culpa Nick Abboud, seu antecessor, sobre ter adotado estratégias muito passivas no setor, tentando focar em criação de produtos de marca própria e mantendo um péssimo relacionamento com os fornecedores.

   Abboud chegou a citar que "Não há nada errado em deitar na cama e esperar a água ferver na chaleira" e Tomlison rebateu que "Não há lógica alguma em esperar deitado na cama a água ferver. Se você é muito preguiçoso para levantar da cama e olhar a água, então a Dick Smith não possuía vantagem competitiva alguma no mercado".

   O mais surpreendente desta história toda é que dois anos antes a Dick Smith havia levantado $ 520 milhões com a abertura de seu capital na bolsa de valores ASX. Como uma empresa entra em colapso dois anos após esta injeção de capital?

   Tomlinson descobriu que em Outubro/2015 a empresa possuía 12 anos de estoque de pilhas AA de marca própria. Ele andava pelas lojas e, olhando os celulares nas vitrines, se perguntava: "quem vai querer comprar estes aparelhos?"

   Outro ponto chave foi a imensa quantidade de produtos ofertados que formavam um mix sem seguir um padrão lógico. Isso se devia ao vício que estas empresas de varejo possuem nos famosos rebates com os fornecedores. (rebate é uma estratégia de vendas onde eles compram uma quantidade mínima do fornecedor e, após esta quantidade ter sido alcançada e ter sido paga, o vendedor reembolsa um valor ao comprador. Esta estratégia é utilizada pelo vendedor para que consiga aumentar suas vendas e usada pelo comprador para diminuir o custo de aquisição dos bens).

   O problema dos rebates é que você pode cair em uma armadilha de comprar produtos desnecessários ou adquirir uma quantidade que não possui demanda de mercado.Em outras palavras a estratégia da empresa começa a ser norteada em função dos rebates dos fornecedores ao invés da demanda de mercado.

   A fórmula da desgraça se fez completa: um ex-dirigente que "esperava a chaleira ferver enquanto estava deitado na cama" + uma estratégia agressiva de marca própria (inflando seu estoque) + procurar pelos rebates ao invés de olhar a demanda do mercado. (saiba mais sobre como funciona a lei da demanda no post: PREVISÕES PARA O MERCADO IMOBILIÁRIO 2017).

   Pronto: temos uma loja com uma variedade imensa de produtos inúteis/ ultrapassados que não serão vendidos e um estoque gigantesco virando lixo a cada dia que passa. Uma catástrofe em proporções apocalípticas.

   Fiz um post sobre uma loja que está enfrentando uma dificuldade parecida (ESCÂNDALO NO COLES E NA TARGET). A diferença é que a Target, apesar de apresentar um rombo gigantesco, faz parte de um conglomerado de empresas muito forte que pode ser que tenha fôlego para segurar a bomba e retomar um caminho mais saudável. Infelizmente a Dick Smith não tinha uma retaguarda destas...

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

O ÚLTIMO QUE SAIR FECHA A PORTA



   Resumidamente minha esposa e eu estávamos cansados do Brasil por "n" motivos (POR QUE EU REALMENTE DEIXEI O BRASIL) e pensamos em imigrar para o Canadá. Frio e língua acabaram nos afastando da ideia de ir para lá, mas continuamos com essa chama de "quero morar em outro lugar" acesa. Acabamos vindo parar aqui. (Que bom!)

   Nos processos de pesquisa e planejamento você acaba conhecendo muitas pessoas com os mesmos ideais que o seu e a comunidade de "futuros imigrantes" acaba crescendo e criando laços fortes. Parece que as pessoas se tornam mais solidárias tentando ajudar ao máximo umas às outras.

   Foi em uma destas dicas que minha esposa descobriu o documentário "O último que sair fecha a porta" que acompanhou algumas pessoas em seus processos de imigração e principalmente os motivos que as levaram a tomar esta decisão.

   Apesar dele ser voltado para a imigração no Canadá, mais especificamente Quebec (que tem como língua principal o francês), acho ele muito válido para nós "Braustralianos" pois acredito que muitos se verão nestas situações.

   O interessante é que o documentário acompanha um pessoal de uma classe média, ou média-alta e uma garota de uma classe baixa entendendo cada um dos motivos deles. Ele também tenta ser imparcial ouvindo o lado da professora canadense que trocou o Quebéc por São Paulo (e que não entende o por quê seus alunos querem sair do Brasil), além de uma brasileira diretora do setor de imigração para o Quebéc.

   Dentro das emocionantes histórias como "querer melhorar de vida" ou "sofri um sequestro-relâmpago e não consigo mais sair sem medo" uma em especial me chamou a atenção. Na verdade uma frase usada por uma das mulheres que estavam imigrando:

"Eu amo o trabalho que eu tenho. Adoro as pessoas de lá, gosto do que faço, gosto do meu chefe, é o emprego que eu sempre quis ter. Vai ser muito difícil deixar a Motorola. Mas o que as pessoas precisam entender é que eu estou trocando uma vida por outra e não um emprego."

   Esta tem sido a frase que levo para mim respondendo minha pergunta do por quê ter mudado do Brasil para Austrália.

   Aproveitem o documentário: