terça-feira, 20 de dezembro de 2016

3 DICAS PARA ECONOMIZAR EM PERTH



   Pegando carona no primeiro post que eu fiz 5 DICAS SOBRE COMO ECONOMIZAR DINHEIRO NA AUSTRÁLIA, continuemos com mais 3 super dicas que o ajudarão a salvar um dinheiro para nossa cervejinha da semana (o verão está aí já nos convidando para a gelada semanal).

DICA 1 - LINHAS DE ÔNIBUS GRATUITAS



   O centro de Perth possui 4 linhas gratuitas de ônibus que fazem um trajeto circular. São elas: Blue Cat, Yellow Cat, Red Cat e Green Cat e o design dos ônibus está na foto acima. 

   Apesar dos nomes com as cores os ônibus NÃO são das mesmas cores, reparem que no letreiro com o itinerário vem escrito qual é a linha a que se refere.

   Deixo abaixo o mapa com a circulação dos mesmos. Parece besteira, mas se eu tivesse este conhecimento antes teria me poupado muito trabalho em andar a pé no centro com um sol forte na cabeça e duas crianças.


   Existem também as linhas gratuitas em Freemantle, então dá para montar um itinerário de ir para praia usando deste serviço. Veja o mapa abaixo:



   Uma observação importante: Estes ônibus não passam durante o mesmo horário que um ônibus de linha normal, então verifique antes o período para que não fique no meio da rua sem este serviço.

   Maiores informações consulte o site da Transperth: 
http://www.transperth.wa.gov.au/Timetables/CAT-Timetables



DICA 2 - VOLUNTÁRIOS

   Parece meio contraditório existir uma dica para economizar dinheiro fazendo algo de graça. Mas acredite, funciona!

   A ideia do voluntário é a de você disponibilizar o seu tempo e energia (ou seja, você trabalhar) em troca de algum outro benefício que não seja o dinheiro, mas que você precisaria de dinheiro para adquiri-lo.

   Calma, explico melhor.

   Eu gosto de corrida de rua e no Brasil eu participava de algumas. Antes de eu sair de lá os valores de inscrição já estavam "bem salgados" girando entre R$ 80 e R$ 150. Quando cheguei aqui, vi que não era diferente pois muitas corridas de rua possuíam uma alta taxa de inscrição, e o que é pior em dólar!

   Eis que me deparei com uma opção no site deles sobre ser voluntário. Você trabalha um período de 6 horas entregando kits e chips e eles te dão uma inscrição para a prova. Ou seja, eles economizam com o custo de uma pessoa no trabalho e você economiza com o valor de inscrição.




    Esta é uma cultura muito forte aqui e funciona. Até mesmo alguns eventos "brazucas" como a famosa festa junina da BrazilWA aceita voluntários para trabalharem por "x" horas na festa e depois curtir o evento. Minha esposa por exemplo conheceu o Cavershan Wildlife Park gratuitamente porque foi como voluntária em uma visita organizada pela escola de nosso filho.


DICA 3 - DESCONTO DE COMBUSTÍVEL E BEBIDAS

   As notas de mercado daqui possuem tanta informação que a gente fica até tonto. Você tem a lista do que comprou, os descontos obtidos nos produtos das compras, quanto você economizou na compra, como foi paga, descontos abaixo da nota, propagandas de diversas empresas no verso.... UFA!

   Mas o mais interessante é observar a parte inferior da nota que vem informando alguma promoção de bebida e os famosos 4c de desconto no combustível:


   Se atente para esta parte da nota porque você consegue, além de comprar a gasolina de 2ª feira que é mais barata, baixar mais ainda este valor (4c por litro).

   Da mesma forma você consegue comprar bebidas mais baratas utilizando somente esta notinha:


   Você compra um pack de 6 Coronas por AUD 10 por exemplo ou compra um vinho e pega o segundo de graça. Nas lojas de bebidas normalmente há um espaço que ficam as "bebidas do recibo". Recomendo que você vá atrás, porque o valor economizado ao longo do ano é significativo.

   O post fica por aqui. Espero ter ajudado pelo menos um pouquinho com estas simples dicas de como guardar um dinheiro para nossos sonhos de médio e longo prazo (veja aqui sobre o dinheiro de curto, médio e longo prazo: COMO COMPRAR UMA CASA GANHANDO 20 DÓLARES POR HORA).

Abraço!

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

MAS AFINAL O TRANSFERWISE RESPEITA A LEI?



   Comecei a ouvir sobre o TransferWise através de desconhecidos que postavam no facebook falando sobre sua ótima experiência ao ter enviado dinheiro de um país ao outro (mais especificamente do Brasil para a Austrália). Sempre fui muito cético com relação à fórmulas mágicas que proporcionavam a resposta para todos nossos problemas (apesar do meu post da Fórmula da Riqueza) e por isso resolvi pesquisar a fundo sobre a empresa, o conceito e os requisitos legais que se aplicam à ela.

   Ao longo da minha carreira financeira ouvi diversas vezes sobre um "investimento garantido com retorno ótimo". Nas corretoras de valores as quais atuei ouvi muito trader indicando ações X, Y e Z. Amigos meus da época de faculdade tentaram me arrebanhar em uma "oportunidade de empreendimento única", mais conhecida como "marketing multinível".

   Os investimentos garantidos possuíam um enorme risco mascarado ao qual as pessoas não se atentavam. As dicas de ações da Bovespa eram de empresas que estavam mal das pernas tentando se reestruturar. Este negócio de marketing multinível é pirâmide, não adiantam tentar me convencer do contrário!

   Por causa de todos estes episódios eu busquei o máximo de informações possíveis sobre este tal de TransferWise para saber qual era a brecha de risco que poderia fazer eu perder dinheiro. E tenho a satisfação de dizer que até hoje não encontrei!

   Vamos por partes...

   A história da empresa começa com uma necessidade que muitos de nós brasileiros nos deparamos: transferir dinheiro entre países para pagar custos. Taavet e Kristo (fundadores da companhia) tinham necessidade de transferir dinheiro da Estônia para Londres e vice-versa. Taavet recebia seu salário em euros na Estônia (mas vivia em Londres) e Kristo morava em Londres, mas tinha uma hipoteca em euros na Estônia. Todo mês os amigos verificavam o câmbio médio e transferiam entre si.

   Este foi o primeiro ponto que me pegou. Como eles fazem isso? Até onde sei isso é mercado negro, você está trocando câmbio sem um recibo de transferência. Mas chegaremos lá...

  Bom, o conceito dava certo e ambos ficavam felizes. Eles então pensaram que deveria haver inúmeras pessoas nesta situação e nasceu o TransferWise.

   O conceito todo da coisa é simples então. Você transfere o R$ para uma conta deles no Brasil e eles transferem o AUD para sua conta na Austrália.

   Passo a passo:

   Entre no site www.transferwise.com e clique lá no canto superior direito em "Sign Up" (se quiser dá para mudar a linguagem do site para português na primeira opção do menu superior da esquerda para direita):




   Ele já te dá a opção de inserir o valor que você quer transferir DE qual país PARA qual país. Aí é só clicar no "Get started" and get started.

   O site entra em uma tela daquelas de preenchimento de dados estilo e-commerce (tipo Americanas.com, Submarino, Saraiva, etc...) e você só vai seguindo o passo a passo. Bem tranquilo.   


   O primeiro ponto que me deixou seguro foi a questão do valor possível de transferir. Reparem que ele não aceita uma quantia superior a R$ 9.999,99. Este não é o número da sorte que o dono do site resolveu colocar como limite, este é o valor máximo possível de ser transferido em espécie dentro da legislação brasileira para combate à lavagem e ocultação de dinheiro. Valores iguais ou superiores a 10 mil reais em espécie são automaticamente enviados ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que monitora toda a movimentação financeira cruzando dados por CPF, nomes e relação entre pessoas.

   Ponto positivo para o TW! Eles se adequaram à legislação local respeitando os parâmetros e limites. Outro ponto super importante é que todo o cadastro do cliente respeita as boas práticas de mercado e o Programa de Qualificação Operacional da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre o "Conheça o seu cliente" (ou Know Your Client - KYC).

   Em determinado momento do seu cadastro você deve enviar um documento seu digitalizado para que eles façam um reconhecimento de você. Provavelmente eles estão pesquisando seu nome em órgãos de restrição de crédito, ações criminais, lista de procurados ou de envolvimento com escândalos financeiros ou relacionamento com pessoas que vieram a participar de tais escândalos.


   No final de tudo preenchido e certificado, a tela com as informações sobre o envio aparece para você confirmar. Após a "confirmação do pedido" eles geram um boleto para ser pago e é aí que vem o "jump of the cat" porque o boleto está em nome de um banco de câmbio:




   Ou seja, a transferência de um país para o outro não é considerada um mercado negro porque eles passam o dinheiro dentro de uma instituição financeira autorizada a operar este tipo de processo. O que me vêm à cabeça é que eles devem ter conseguido boas parcerias jogando a taxa de câmbio lá embaixo para poder ganhar dinheiro no volume de transferências.

   Minha impressão então é a seguinte:


  • Respeitam a legislação vigente do país;
  • Possuem um processo de Know Your Client requisitado por órgãos nacionais e internacionais;
  • Passam o dinheiro por instituições aprovadas para executarem tais processos.
   Sim, me convenci! O TransferWise realmente funciona, respeita as normas legais e é muito menos burocrático. Já efetuei três transferências Brasil-Austrália onde recebi o dinheiro dentro do prazo e dos parâmetros contratados.

   Um PLUS no post:

   No momento de cada uma das transferências consultei meu banco, uma casa de câmbio e um agente de câmbio e tenho a enorme felicidade de dizer que o TransferWise bateu todos eles em valores tanto de câmbio quanto de comissão. Ou seja, recebi mais dinheiro aqui do que se tivesse transferido por outro meio.

   Último ponto.

   O TW possui uma recompensa onde a pessoa ganha um valor de desconto se informar que foi indicação de alguém e o indicado também ganha um valor para ser abatido na próxima transferência.

   Se você decidir efetuar a transferência pela TW e quiser ajudar o pobre autor deste post, use o meu link de desconto: https://transferwise.com/u/aleciod

   Você ganha! Eu ganho! Todo mundo ganha! :-D

   Um abraço e boas Transferências!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

EU ESCOLHO PAGAR MENOS IMPOSTO, E VOCÊ?




   Um grande diferencial que ajuda no crescimento da empresa é a maneira como ela lida com seus números e os apresenta ao mercado. Companhias do mesmo setor com tamanhos similares podem apresentar diferentes resultados e pagar diferentes quantias de impostos.

   Quanto é 2 + 2? Uma pessoa normal responderia 4, mas um contador responderia "quanto você quer que dê?" Esta piadinha tosca ilustra um pouco o que quero dizer. A contabilidade serve para padronizar a apresentação dos números aos órgãos fiscalizadores, aos investidores, ao governo, etc. Mas ela também possui grande flexibilidade e liberdade em deixar você escolher a maneira como será vista pelo mundo afora.

   Um destes pontos que se torna determinante no lucro que a empresa faz (e consequentemente no imposto que se deve recolher) é a maneira a qual você classifica o seu inventário. Parece besteira se atentar para um ponto aparentemente tão insignificante, mas ele se torna importante quando visualizamos o impacto causado na organização.

   Vamos exemplificar cada um dos modos de classificação do inventário:

1. FIFO - First In First Out
   O FIFO ou "Primeiro que Entra, Primeiro que Sai" (PEPS) acumula no inventário o custo do produto do primeiro que entrou para o último que entrou. No momento da venda é calculado o lucro baseado em cima do produto mais antigo em estoque para o mais novo. O seu inventário final será composto pelos valores das compras mais recentes.

   Veja em um exemplo prático as compras, as vendas e a quantidade total de inventário em mãos através do FIFO:


  2. LIFO - Last In First Out
   O LIFO ou "Último que Entra Primeiro que Sai" (UEPS) faz o inverso. O produto adquirido recentemente é o que sai do estoque primeiro e no final o custo do inventário compõe-se dos custos das primeiras compras.

   Alocando as mesmas compras/ vendas com os mesmos valores de aquisição temos a tabela:


   Independente dos números das tabelas, o que chamo a atenção é para a última linha onde podemos verificar que o valor de compra é igual em ambos os métodos, porém ele muda no custo dos produtos vendidos e no inventário.



   E o que isso impacta?

   Impacta no LUCRO! Quanto maior o nosso custo, menor o nosso lucro. Então quanto maior o custo de produtos vendidos menor será nosso lucro. Quanto maior o lucro, maior o imposto a pagar.

   

   Observe que coisa doida. Eu gastei $ 2,490 na compra de produtos, mas dependendo da maneira como eu demonstro isso, meu custo pode ser $ 2,490 ou  $ 2,380. Se eu apresentar um custo de $ 2,490 o meu lucro será menor e por consequência pagarei menos imposto. Neste caso o LIFO é a melhor opção para diminuir o imposto a pagar (e aumentar seu lucro).

   Peça uma revisão de seu contador. Ele tem a obrigação de orientar você a tomar a melhor decisão. Se não estiver satisfeito com seu atual contador, espere mais um ano até eu obter minha certificação aqui na Austrália e aí eu monto a sua contabilidade (rs).

  Se tiverem alguma dúvida quanto ao método de análise pode me procurar que eu tento ajudar.

Abraço!

terça-feira, 29 de novembro de 2016

FINANCIAMENTOS DE CASAS PODEM FICAR MAIS CAROS EM 2017



   Hoje em dia a internet proporciona uma velocidade na comunicação nunca antes observada e/ou sentida pelo mundo. Uma guerra entre países que teoricamente não possuem influência alguma para o Brasil vira algo gigantesco, pois conseguimos enxergar a quantidade de mortos, a destruição ocasionada, especialistas comentam sobre os motivos e aonde querem chegar com este impasse. (alguém até imaginou como seria a II Guerra Mundial no Facebook).

   E com a eleição do Trump nos U.S. não foi diferente. Ele ainda nem assumiu o posto de liderança mais influente do mundo e as especulações são feitas a todo o momento. Inúmeras informações e teorias são jogadas na internet tentando prever as consequências e impactos das possíveis medidas que ele tomará durante seu governo. Uma destas previsões se dá em relação às taxas das mortgages (financiamentos de imóveis) aqui na Austrália.


   Trump falou muito e ainda defende a ideia de construir um muro entre E.U.A. e México que possui um orçamento previsto de U$ 16 trilhões até 2026. Ou seja, ele vai precisar captar este dinheiro todo para as "obras de infra-estrutura" de seu pacote de estruturação do país.

   A especulação se dá em função de especialistas financeiros sinalizarem que os bonds americanos passarão a pagar maiores juros, já que eles precisarão de mais recursos para financiar este plano do Trump. Veja o fluxo do dinheiro:



   Os bonds  pagando juros maiores atrairão a atenção de investidores que poderão obter maiores retornos em um produto financeiro considerado seguro. Com isso eles passam a resgatar dinheiro de outras aplicações direcionando-os aos títulos americanos.

   E o que a Austrália tem a ver com isso?

   Muitos investidores aplicam nos bancos daqui para conseguir um rendimento um pouco melhor correndo um pequeno risco a mais. Porém com o aumento dos juros em um local teoricamente mais seguro do que a Austrália fica mais interessante redirecionar o investimento.


   Quando a instituição financeira passa a ter mais saídas do que entradas o seu fluxo de caixa começa a ocasionar problemas, pois ela depende do investimento de clientes para manter um padrão monetário confortável e seguro. Sendo assim ela acaba dividindo a bomba com o cliente, que neste caso será aquele que possui mortgage.
   

   Então temos uma economia passando por um momento difícil aqui em WA onde há uma possibilidade de comprar casas mais baratas, mas em contrapartida temos um risco de aumento das hipotecas tornando os preços mais caros.

   O mais interessante disso tudo é que alguns bancos já estão tomando medidas de aumento das taxas, mas o Trump nem tomou posse ainda. A "ideia do muro" está só na conversa por enquanto e não enxergamos nada "concreto" ainda, mas em função de toda a velocidade da informação o alarde sobre possíveis previsões é ventilado aos quatro webcantos desta internet véia sem portêra.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

FLIGHT CENTRE REGISTRA LUCRO 9% MENOR ESTE ANO.



   A empresa de viagens Flight Centre tem suas raízes aqui na Austrália e por isso seu nome condiz com o inglês daqui "Centre" ao invés do inglês americano "Center".

   Seu foco é o mercado doméstico australiano onde eles buscam ser a empresa mais barata do mercado interno, além de oferecer grandes oportunidades para viagens internacionais.

   O site possui inúmeras buscas como hotéis, voos, alugueis de carro e pacotes para feriados e férias. A empresa busca ser bem completa nesta área de hospitality, vale a pena dar uma conferida nos preços dos serviços.

   Da mesma maneira que a internet facilita o acesso aos seus serviços, ela ajuda o cliente a buscar melhores preços nos concorrentes. Essa movimentação do mercado faz com que a Flight Centre busque meios de bater a concorrência e isso acirra a competição pelos clientes.

   O outro lado da moeda é que dependendo da diminuição que você aceita em sua margem (lucro), faz com que mesmo vendendo mais você receba menos. E isso não agrada os investidores.

   Empresa de capital aberto é isso. Você recebeu um montante financeiro expressivo para expandir seus negócios, mas a quantidade de gente de olho em você aumenta na mesma proporção.

   Esta foi a recepção que a empresa teve quando anunciado que seu lucro será 9% menor do que em relação ao ano passado. A companhia culpa esta baixa nos preços de venda para se manter competitiva, apesar de nunca em sua história ter vendido tanto.


Lucro x Vendas

  Não necessariamente você lucra mais quando vende mais. Depende muito do preço que está sendo cobrado e das despesas que você possui. Muitas vezes é preferível operar a low cost com uma estrutura mais enxuta, mas vender por um preço maior. Vejamos um gráfico para exemplificar:


       Supondo que a empresa venda 2 quando o preço for $5, então sua receita será $10. Mas se ele baixar para $3 e vender 3, sua receita será $9. Ou seja, mesmo vendendo mais, ela recebe menos. Foi isso que aconteceu com a Flight Centre.

   Graham Turner, um dos diretores da empresa, disse que espera bater a barreira de 20 bilhões de dólares de vendas em total de transações realizadas pela primeira vez em toda a história da companhia.

   Segundo Turner, eles projetaram este crescimento para o Financial Year 16 e estão contentes mesmo com a queda nos lucros, pois eles estão aumentando o posicionamento da marca no mercado, principalmente no interno que é o grande forte da empresa.

   Apesar do discurso otimista, os investidores não responderam desta maneira fazendo com que a ação despencasse na bolsa de valores da Austrália (ASX). Em comparação com a Webjet* por exemplo, concorrente direto da Flight Centre, as ações se comportaram de maneira contrária:


   
   Se a Flight Centre apostou certo em se expandir seu posicionamento no mercado para se estruturar melhor e retomar o crescimento em 2017, só o tempo dirá. Atualmente o mercado não enxerga desta maneira e só nos resta aguardar os desdobramentos do setor de hospitality e como a economia australiana (especificamente em WA) se portará no próximo ano.

* A Webjet citada refere-se a empresa de viagens daqui da Austrália e não à companhia aérea comprada pela GOL em 2012.
   
   

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

VOCÊ ESTÁ FELIZ COM SUA ATUAL SITUAÇÃO FINANCEIRA?


   As experiências que adquirimos ao longo da vida são importantes para nosso desenvolvimento em diversas áreas como a pessoal, financeira, educacional, etc. dentre tantas outras que nos torna Seres Humanos.

   Estas vivências nos ajudam a melhorar nosso discernimento na tomada de decisão e de fazer escolhas mais pensadas que se atenham ao foco de nossos objetivos de vida.

   A grande questão é que não aprendemos TUDO de TUDO! Explico...

   Minha área profissional é a financeira. Vivenciei anos dentro de escritórios atendendo solicitações de minhas diretorias para, ora apresentar as perspectivas para o próximo ano, ora elaborar uma planilha demonstrando a receita por cliente dos últimos 2 meses...    

   Passando por poucas e boas desenvolvi uma expertise em analisar números argumentando o por quê deles estarem altos ou baixos e as consequências que eles trariam para o negócio.

   Este sou eu, Alecio.

   Mas se me pedirem para calcular números sobre a carga que uma parede aguenta para sustentar o telhado da casa, com certeza vou torcer para não chover porque ele vai cair. Informações relacionadas com números, mas que nos dão respostas diferentes.

   Eu  não sou louco então de tentar ajudar um engenheiro a calcular a resistência da parede, é aí que eu assumo minha deficiência e busco um especialista neste assunto. Esta é uma análise que faço de mim mesmo sobre os pontos que sou forte e aqueles as quais possuo defasagem. 

   Infelizmente não fui eu quem criou este tipo de análise, já existe uma ferramente que te ajuda a identificar suas forças e fraquezas, as oportunidades e as ameaças. Trata-se da análise SWOT de Michael Porter.



   Michael Porter é um especialista da área de Business Strategy e buscou ao longo de sua vida desenvolver teorias que pudessem ser aplicadas no ambiente corporativo para que o board diretivo pudesse tomar decisões. Ele verificou que uma empresa possui um ambiente externo extremamente competitivo que deve ser monitorado e calibrado a todo momento, e que ela possui um ambiente interno com inúmeros processos, que podem vir a causar atritos entre si, se não organizados de uma maneira lógica e sustentável.

   Com esta ideia de Ambiente Externo x Ambiente Interno, Porter identificou como cada um deles influencia o desenvolvimento da empresa e colocou no papel. Assim nasceu a Análise SWOT:



   Trata-se então de uma figura divida em quadrantes que identificam as Strenghts e as Weaknesses do ambiente interno bem como as Opportunities e as Threats do ambiente externo.

   A ideia é então identificar (e relacionar) em cada um destes quadrantes aquilo que te coloca para cima e aquilo que te puxa para baixo. O resultado final é possuirmos uma ferramenta que nos auxilia na tomada de decisões com o intuito de alcançarmos nossos objetivos.

   Para ajudar a elaborar estes quadrantes podemos simplesmente responder às seguintes perguntas:
   


   A análise SWOT é interessante, pois pode ser aplicada em uma multinacional com dezenas de milhares de funcionários assim como pode ser aplicada na vida de somente um indivíduo, ou seja, nós.


   Imagina só se quando saíssemos do colegial soubéssemos exatamente quais as forças e fraquezas que possuímos? E imagina só se também conseguíssemos enxergar quais oportunidades e ameaças teríamos à frente em relação à estas forças e fraquezas? Com certeza nossa vida seria mais fácil, já que teríamos maiores certezas em nossas escolhas.

   Quer ver como ela funciona? Olha a Análise SWOT do Superman:



   E por que raios eu estou dizendo tudo isso? Porque eu acho que boa parte da nossa situação financeira pode ser atribuída à forma como lidamos (ou deixamos de lidar) com estas Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças que tivemos ao longo dos anos.

   Pense bem: quais as forças que te fizeram crescer profissionalmente? E quais fraquezas que te impediram de ir além? Quais oportunidades apareceram no meio do caminho e você aproveitou? E quais ameaças te fizeram perder a linha e ter de retomar algo de onde havia parado?

   A inteligência de nossa vida é saber aplicar nossas ações nos rumos que poderão nos ajudar a alcançar nossos objetivos (você tem objetivos? Esta é a primeira pergunta a ser respondida).

   Por isso, todo mundo tratando de riscar um quadrado aí no papel para que possamos analisar nossa vida e enxergar se estamos rumando para o caminho correto.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

PREVISÕES PARA O MERCADO IMOBILIÁRIO EM 2017


   O "REA Group Property Demand Index", um importante indexador de avaliação imobiliária, registrou que a demanda de imóveis aqui na Austrália teve um crescimento de 17% nos últimos doze meses desde Setembro.

   O Índice foi puxado para cima por Tasmania com 39.3% e ACT com 32.2%. Na outra ponta vemos WA com o menor crescimento em demanda por imóveis com apenas 5.4%. Verifiquemos a tabela:


   Ok, entendi que a demanda por imóveis aumentou, mesmo em WA, mas e quanto aos preços? Uma pesquisa rápida me levou à uma reportagem relativamente recente (Julho/2016) onde verifica-se que os preços dos imóveis em Sidney e Melbourne cresceram, enquanto os preços em Perth caíram. A reportagem (Perth house price fall 7.4 pc in 18 months) nos demonstra estes dados onde Sidney teve um aumento de 11.3% e Melbourne de 11.5%, enquanto Perth teve uma queda de 7.4% nos preços de imóveis, como citado no título da reportagem.

   Relembremos as aulas de economia: DEMANDA é a quantidade de produtos/ serviços que os consumidores desejam comprar. Quanto maior o preço, menor o consumo e vice-versa, vejamos um gráfico de demanda:


   O mercado imobiliário de Perth se comportou de acordo com esta relação, pois os preços caíram e a demanda aumentou.

   Em contrapartida nas cidades de Sidney e Melbourne temos um aumento de preços e um aumento na demanda, a curva não se comportou igual.

   Vejamos o deslocamento da curva da demanda nestes casos. Começando por Perth onde verificamos que a demanda aumentou 5.4% enquanto o preço caiu 7.4%:


      Em Melbourne a situação se inverte. A demanda aumenta 22.3% e o preço aumenta 11.5%:

   Em Sidney verificamos a mesma similaridade com Melbourne, já que a demanda aumentou 23.7% e os preços aumentaram 11.3%:

   A explicação desta diferença é simples: A oferta de imóveis em Sidney e Melbourne não acompanharam o aumento da demanda e por isso os preços não se ajustaram, ao contrário, eles só cresceram. Dentro da reportagem há uma explicação que nos diz que os moradores destas regiões não buscam um upgrade em seus imóveis e por isso não os vendem.

   Em Perth a história é diferente. Há uma oferta grande que supre este aumento de demanda, que é ridículo se comparado com o resto da Austrália. Aí nos cabe uma análise macro-econômica do cenário, pois como o principal motor da economia de Perth trata-se de mining e a China está de portas fechadas por hora para novas importações monstruosas, o mercado aqui desacelera, as pessoas perdem emprego, os salários diminuem, o consumo diminui e o interesse em comprar (adquirir imóvel) perde força.

   PREVISÕES PARA 2017 e além...

   O que podemos esperar para os próximos anos? Sidney e Melbourne são cidades grandes, saturadas de gente e com economias fortes girando nos mais diversos setores. A demanda por imóveis nestas regiões tende a aumentar e elas já não oferecem tanto espaço para novos empreendimentos, ou seja a oferta tende a não acompanhar esta sede do consumidor. Penso que nestas regiões a tendência dos imóveis é só de ver seus preços aumentarem. Eles podem até dar uma desacelerada, mas não acredito em uma retração que abra margem para realização de bons negócios.

   WA e mais especificamente Perth andam na contramão desta corrente. É uma região que tem muito a crescer e desenvolver ainda e que por isso ainda atrai muita gente que visa um futuro promissor. As ofertas imobiliárias ainda são maioria quando comparadas com a demanda do consumidor e por isso os preços tendem a não disparar tanto quanto em Sidney e Melbourne. Outro fator interessante é o crescente foco na educação que faz com que haja uma nova vertente a ser explorada na economia que gira em Perth. Com a crise de mining, a venda de cursos universitários, pós, mestrados e doutorados têm atraído muitos estudantes internacionais que movimentam o mercado interno e proporcionam alta lucratividade para este ramo de atividade.

   Me despeço por aqui. Lembrando que estas são opiniões pessoais sobre o mercado e que estão expostas à diversos fatores externos. Estas não são dicas de compras ou vendas, são somente ideias compartilhadas sobre a minha visão do mercado de imóveis da Austrália.

   Um abraço!

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

ESCÂNDALO NO COLES E NA TARGET


   Wesfarmers é a empresa-mãe que controla um gigante conglomerado aqui na Austrália como Coles, Target, Kmart, Bunnies e Coal (resources). Eles têm aparecido no noticiário com certa frequência devido aos escândalos que começaram a surgir envolvendo a alta direção de cada um destes segmentos, principalmente Coles e Target.

   

   A grande rede de supermercado Coles têm sido acusada de enganar e abusar de seus fornecedores. Após dois anos e meio de investigações a Australian Competition and Consumer Comission (ACCC) levantou a questão de que o Coles utilizou de sua posição no mercado para pressionar mais de 200 fornecedores a fornecer rebates em suas vendas e os usou para interesse próprio tentando passar uma imagem positiva ao mercado.

   Foram feitos rebates nos preços dos produtos, que aqui no caso do Coles funciona como um pretexto para que o fornecedor arque com os desperdícios dos produtos vencidos e roubados dentro de suas lojas. Ou seja, o Coles aperta o fornecedor para que ele pague a conta dos custos sobre sua responsabilidade.

   Também é alegado que o Coles cobrava multas pesadas em função de atrasos na entrega de mercadorias descontando tais valores nas faturas que ele pagava, sem dar explicação alguma ao fornecedor sobre o por que estar pagando a conta a menor.

   O fornecedor é normalmente menor do que o Coles e, sendo a base fraca da relação, acabava se submetendo e se calando com tais abusos para que não perdesse o cliente, que afinal de contas compraria dele todo o mês em quantidades gigantescas.

   O presidente da ACCC, Rod Sims, disse que "este tratamento aos pequenos fornecedores causará grandes estragos no mercado...  ... nós acreditamos que o Coles, durante as negociações, usou de sua posição para pressionar de forma imprópria (os fornecedores) e usou de estratégias de mercado injustas, que levou os fornecedores a receberem informações confusas e a aceitar a imposição de barganha imposta pelo Coles. Se a corte aceitar nosso pedido de processo, esperamos que a opinião pública esteja ao nosso lado, pois não podemos aceitar este tipo de negócios no mercado da Austrália".

   Este rolo todo ocorreu em 2011, mas a conta a ser paga veio agora. O Coles terá de arcar com 10 milhões de dólares como multa e mais 1,2 milhão de dólares em custos legais. O impacto destes valores no resultado da Wesfarmers agora em 2016 é assombroso e os acionistas estão preocupadíssimos.

   Mas nada comparado à Target...



   A Target é uma daquelas lojas que vendem de tudo, desde roupas e brinquedos à aparelhos eletrônicos, DVDs, CDs, vídeo-games, artigos para casa, etc. Ela me lembra muito o estilo de atuação das Lojas Americanas lá no Brasil.

   Laura Inman deixou a diretoria da Target no ano de 2011. Muitos creditam à ela o crescimento expressivo que a marca teve ao longo dos anos anteriores, tal fato é corroborado pelos números que a cadeia de lojas alcançou neste seu último ano de atuação à frente da divisão: Receita de 3.6 Bilhões de dólares e Lucro Operacional de 280 Milhões.

   Os planejamentos deixados por ela diziam que a divisão deveria focar na venda online e em manter os estoques baixos para que os clientes sempre pudessem comprar produtos novos.

   No período seguinte de 2012 a 2015 houve dois diretores à frente da Target tentando segurar os lucros e vendas, que despencaram estrondosamente dos 280 milhões feitos por Laura à incríveis 84 e 90 milhões em 2014 e 2015, respectivamente.

   Com as margens despencando os acionistas passaram a pressionar a empresa por melhores resultados. Os diretores em contrapartida possuem seus bônus atrelados à performance de sua divisão, mais especificamente quanto ela gerou de receita e lucro para a empresa.

   Sendo pressionado por acionistas, por seus superiores e por seu bolso, mais de 50 funcionários, incluindo o diretor da divisão Stuart Machin, começaram a tomar medidas de "cunho duvidoso" por assim dizer.

   Os estoques aumentaram exponencialmente ao longo destes anos e não foram baixados no balanço anual da empresa. Ou seja, um produto antigo que já perdeu aquele possível valor de mercado - e que não vale mais nada e deveria ser colocado com a etiqueta de "clearance" para limpar o estoque - era mantido no balanço como um ativo que geraria uma renda no curto prazo. É o mesmo que dizer que uma despesa virou uma receita.

   Não bastando esta "manobra contábil" eles cobraram rebates dos fornecedores neste 1º semestre de 2016 com a promessa de compra no 2º semestre de 2016 dos produtos a preços exorbitantes. Com isso a divisão conseguiria manter seu lucro no período e empurrar a bomba para frente no próximo ano fiscal (ao qual o atual diretor Stuar Machin não estaria presente, já que seu contrato venceria em Julho/2016).

   O problema destes rebates da Target é que ela exigiu dinheiro dos fornecedores com a promessa de devolução futura. Ou seja, ela atuou como se estivesse pegando empréstimos que seriam pagos posteriormente (manobra ilegal também),

   Não deu tempo do plano ser totalmente executado, pois a mídia jogou isso para a população ver e o diretor geral da Wesfarmers, Mr Goyder, afastou do cargo o Machin e iniciou uma investigação a fundo para desvendar tudo que estava sendo acobertado na Target.

   A grande dúvida do mercado é que o conglomerado da Wesfarmers fez no último ano (2015) um lucro de 2.4 bilhões de dólares e o que vem sendo ventilado é que, caso seja feita a baixa de todo este estoque da Target e o dinheiro devolvido aos fornecedores, este lucro baixaria para 400 milhões.

   Trocando em miúdos: a divisão estava, APARENTEMENTE, encobrindo um rombo de 2 FUCKING BILLION DOLLARS!!!

   A investigação está rolando ainda e o mercado está acompanhando de perto para ver o desenrolar de todo este problema. Resta à nós, reles mortais, esperar as cenas dos próximos capítulos.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

CAPITALISMO OU FEUDALISMO?



   Uma ideia meio maluca me surgiu no momento que parei para analisar o modo como as pessoas se portam no modelo econômico atual e como é seu comportamento perante a sociedade nos dias de hoje.

   Tendo como base amigos de infância, familiares, estranhos desconhecidos e principalmente colegas de trabalho que tive ao longo da minha carreira profissional, cheguei à seguinte conclusão: 

Deixamos o Feudalismo! Mas o Feudalismo não nos deixou!

   Para entender as bases que sustentam tal argumentação, vamos primeiro definir o que significa Feudalismo em minha visão:

   Feudalismo foi um modelo muito difundido e usado durante a idade média onde um Senhor Feudal era dono de um (grande) pedaço de terra. A atividade econômica predominante nesta época era a agricultura e, como ele era dono deste marzão de terra, era o bambambam do pedaço.

   Para produzir alimentos e vendê-los, ele precisava de mão de obra (muito barata de preferência) para poder auferir grandes lucros com sua atividade. Porém, como a escravatura já tinha sido abolida, ele foi ao mercado “contratar” funcionários para o serviço.

   O contrato de trabalho da época consistia em trazer o cabra para dentro de suas terras e dar moradia e segurança, em contrapartida ele trabalharia para o Senhor Feudal ganhando um valor “XYZ” pelo serviço.

   O “pulo do gato” do Senhor Feudal é que neste momento ele cobrava um aluguel pela moradia e pela segurança. Fora isso o servo (funcionário) tinha de comprar alimentos para sua família e gastava o restante deste salário na vendinha da região (que era do Senhor Feudal também!).

   Com isso o servo estava sempre endividado e não conseguia se desvincular do Senhor Feudal pois, ora estava devendo grana para ele diretamente, ora estava devendo indiretamente. Acabava sendo um vinculo vitalício.

   Agora, o que isso tem a ver com nossos dias atuais? Analisando o comportamento das pessoas, pude reparar que o Ser Humano de uma maneira geral age da seguinte maneira:
   
   Estuda para poder ser alguém na vida (conseguir um trabalho e não ser taxado de vagabundo) e começa a trabalhar ganhando 100. Mas ele não tem gastos e por isso não sabe o que fazer com tanto dinheiro. Aí começa a se acostumar em gastar 20 num barzinho, 10 num cineminha, 30 numa roupa, etc...

   Chega um momento em que os 100 já são totalmente incorporados pelos gastos mensais e a pessoa começa a ver que não são mais suficientes para sustentar o estilo de vida que ela possui.
   
   Aí ela evolui profissionalmente e passa a ganhar 300. “Opa, agora sim! Os 100 não davam para nada, mas com 300 eu vou gastar os 100 e ainda guardar 200”. Só que nesta hora ela resolve comprar um carro e entrar em uma prestação de 120; os lugares que passa a frequentar são melhores também e as saídas começam a custar 40 num barzinho e 20 num cineminha (já dá para comprar pipoca).

   Quando menos se espera, os 300 já estão absorvidos no novo estilo de vida e passam a não ser suficientes para sustenta-la.

   De repente esta pessoa dá uma porrada na carreira e passa a ganhar 1000 (mais de 3 vezes o salário anterior). “Poutz, agora sim to lindão na fita! Posso torrar até 500 que ainda terei uma sobra maior do que o salário que eu recebia antes!”

   Huumm, será? Acho que não. Pois neste momento ela acha que deve trocar de carro porque “viver sem direção hidráulica e sem ar condicionado num carro motor 1.0 ninguém merece” e lá vai ela para uma prestação de 300. Tá na hora também de sair da casa dos pais e financiar um apto em suaves prestaçõezinhas de 400 num período de 35 anos. As saídas de fim de semana já custam 100 fácil para ir à um barzinho e 50 fácil num cineminha (pipoca, refrigerante, chocolate e alguma comprinha a mais no shopping).

“Meu salário não dá para nada!”

   PORRA!!! CALMAÍ!!! Esta pessoa saiu de 100 para 1000, dez vezes mais! Como não consegue guardar dinheiro? Que mal é este que faz com que ela ande sempre apertada não importando a quantidade de grana que entra?

   O que acontece é que ela transformou o seu gasto mensal indo de 120 para 1200 e aí sempre irá ficar com a corda no pescoço.

   Se a pessoa tem que trabalhar para pagar as dívidas (que ela adquiriu sozinha) e não pode nem pensar em perder este emprego com tantos benefícios mirabolantes, isso se deve ao fato do estilo de vida que ela criou para si e que não quer perdê-lo.


   Ora bolas, as dívidas e a necessidade de se manter no emprego ralando que nem um condenado continuam aí, a única diferença é que o salário não é destinado somente para um único Senhor Feudal, hoje temos vários.